segunda-feira, 11 de maio de 2009

Limites da Pedagogia

Talento inato não é o assunto que me leva a escrever este artigo. A pedagogia tem os seus limites nas fronteiras que separam o mestre, o aprendiz e a escola. O modo como estes elementos comunicam determinam o sucesso do empreendimento.

  • A palavra é um código que encerra significações imateriais, daí a importância das imagens (efeito figurativo da palavra). 
  • Um gesto exemplificativo pode também ocultar todo o Saber que o controla, a imitação poderá apurar a réplica, mas não a torna evidente para o outro (seja o aluno ou o mestre). 
  • As características sensoriais dos indivíduos poderão alterar significativamente a resignificação de gestos e palavras. O esquema corporal de cada um opera somente dentro do seu mundo, o do indivíduo. A adjectivação e o sucesso das tentativas irão sempre depender da noção, da sensibilidade e da vivência corporal de cada um, tal como os factores: sexo, idade, auto-estima, auto-imagem, etc.
  • A motivação pode ser um sério limite na aprendizagem, tenho reparado em algo curioso, em menores de idade, parece haver uma correlação entre o sucesso da aprendizagem e a presença dos pais. Ter alguém para quem dirigir o resultado do nosso esforço costuma trazer bons frutos.

Aprender implica conflito interno, repetição e resistência. Neste contexto, o espírito de sobrevivência de cada um é activado e age na selecção da informação e na sua administração.

A escola é uma área de controlo tanto sobre o aluno como sobre o professor, o que cada vez mais complica a pureza do processo de aprendizagem. Agendas e ideolgias têm vindo a limitar a livre relação entre o aprendiz e o mestre. Esta subtil diferença é feita para salientar a importância da escolha de um professor ou de um aluno (mais raro). Esta empatia é fundamental para a transferência recíproca das competências, sem perdas de densidade na informação. 

A escolha do instrumento que melhor representa o desafio do aprendiz é igualmente relevante, uma vez que permite atenuar o conflito interno intrínseco à aprendizagem. Deixo agora alguns momentos de reflexão sobre o contexto mais lato deste artigo. 



 


Mais sobre realidade, cultura, educação, simbiose, engenharia social neste programa de Olavo que recomendo ouvir na sua íntegra. Deixo aqui os trechos mais significativos:



Sobre música e imbecilização (do 12'42'' até 14'47''), e a marca do sócio-construtivismo (até 25'15''). Leitura aconselhada: "A Música, a Inteligência e a Personalidade" do original Dr. Minh Dung NGHIEM - "La musique, l'intelligence et la personnalité".



Recomenda-se agora a seguinte leitura:


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